O anúncio de cooperação entre Hyundai e GM promete mexer com o mercado automotivo na América do Sul e Central. As duas gigantes vão desenvolver juntas quatro modelos, e um deles pode realizar um desejo antigo de muitos brasileiros: a produção local da Hyundai Santa Cruz.

Mais do que isso, há a possibilidade de a picape servir como base para a nova geração do Chevrolet Montana, algo que pode transformar a competição no segmento.
O que está por trás dessa parceria
O acordo prevê também o desenvolvimento de uma picape média, que seria produzida na fábrica da Chevrolet S10. Segundo o jornalista Sergio Quintanilha, essa união traria vantagens para as duas montadoras. A GM teria ganho de economia, enquanto a Hyundai ganharia um produto inédito em sua linha.
Já no caso da Santa Cruz, além da economia de escala, o projeto abriria caminho para uma Montana mais moderna e atraente. Por outro lado, também criaria um novo concorrente de peso para a própria Chevrolet.
Impacto no mercado brasileiro
Para o jornalista Freire Neto, essa é a notícia mais impactante da década no setor. Ele lembra que a Chevrolet já tentou emplacar sucesso com a Montana, com o Tracker e até no segmento elétrico, mas sem repetir o mesmo fôlego inicial. “Ela está sem carta na manga para brigar”, avaliou.
Segundo ele, a nova aliança pode tirar a Stellantis da zona de conforto, especialmente por conta da hegemonia da Fiat Toro.
Santa Cruz: o diferencial que pode incomodar a Fiat Toro
Quintanilha aponta que somente uma picape com o pacote técnico da Hyundai Santa Cruz teria fôlego para desafiar a liderança da Toro. Estamos falando de motor 2.5, tração 4×4 e suspensão traseira independente — elementos que podem conquistar quem busca mais desempenho e conforto.
No entanto, ele alerta que, se o projeto se resumir a uma Montana “com cara de Hyundai”, ambas as marcas podem perder espaço em vez de ganhá-lo.
Mudança no Cenário
A união entre Hyundai e GM tem potencial para mudar o cenário das picapes no Brasil. Se a Santa Cruz chegar com suas especificações originais e a Montana ganhar um salto de modernidade, o segmento pode viver uma disputa inédita nos próximos anos. Porém, se o foco for apenas um reaproveitamento de plataforma sem grandes diferenciais, o impacto pode ser bem menor do que o esperado.