Preocupação na Industria Automotiva: Imposto Seletivo pode elevar carga tributária

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O Imposto Seletivo, que deve entrar em vigor em 2027 com a Reforma Tributária, acendeu o alerta no setor automotivo. A Anfavea e executivos de montadoras afirmam que a medida pode aumentar os preços dos carros e gerar impactos em toda a cadeia de produção. Além disso, o setor destaca o alto grau de incerteza que a nova tributação traz.

Foto: VW

Setor em alerta com nova tributação

Durante o ABX25, em São Paulo, Igor Calvet, presidente da Anfavea, afirmou que ainda não há clareza sobre a alíquota que será aplicada. Ele explicou que, se os impostos subirem, os consumidores podem acabar pagando mais caro. Ao mesmo tempo, isso vai contra a proposta inicial do governo, que pretendia simplificar a tributação sem aumentar a carga sobre os veículos.

CEOs reforçam a preocupação

Executivos de grandes montadoras também se manifestaram. Rafael Chang (Toyota), Ciro Possobom (Volkswagen), Mauro Correia (HPE), Martin Galdeano (Ford) e Diego Fernandes (GWM) alertaram para o risco de queda nas vendas de carros novos. Além disso, destacaram que a frota antiga pode continuar circulando, aumentando poluição e diminuindo a segurança nas ruas.

Contradição com o programa Mover

O setor ainda aponta um conflito com o programa Mover, que incentiva carros mais limpos e seguros. A Anfavea avalia que o Imposto Seletivo vai na direção oposta. Além disso, muitas normas ainda não foram publicadas, o que dificulta o planejamento das montadoras. Por isso, o presidente da entidade reforçou que previsibilidade é a palavra-chave para a indústria.

Investimentos seguem mantidos

Mesmo diante das incertezas, o setor mantém os investimentos previstos em R$ 190 bilhões até 2030. Enquanto isso, o mercado brasileiro mostra sinais de transformação. Em agosto, os veículos eletrificados representaram 11% das vendas internas, sendo 25% deles produzidos no país. Isso demonstra que a eletrificação já ganha espaço na indústria nacional.

O Imposto Seletivo coloca o setor automotivo em um momento delicado. De um lado, o governo busca arrecadação. Do outro, as montadoras querem regras claras para manter investimentos e garantir que os consumidores tenham acesso a carros modernos, seguros e mais sustentáveis. O desafio agora é encontrar equilíbrio entre tributação, inovação e preservação ambiental.