O Fiat Panda foi confirmado na última semana durante um evento para jornalistas do setor automotivo em Turim, na Itália. A apresentação oficial levantou uma questão importante para o mercado brasileiro. Afinal, qual será o papel do Fiat Grande Panda por aqui? Ele deve assumir o lugar do Argo ou estrear como novo SUV compacto da marca?

O espaço que o Grande Panda deve ocupar
O novo modelo chega para substituir o Argo já de imediato. Enquanto isso, o Mobi continua na linha como carro de entrada. O Panda — que pode até adotar o nome Uno em alguns mercados — será posicionado como SUV compacto. Com o tempo, deve tomar também o lugar do Pulse e até do Fastback, já que terá versões SUV e SUV cupê em desenvolvimento.
Na prática, o Grande Panda inaugura uma nova fase da Fiat no Brasil. Ele não compartilha plataforma com Argo ou Pulse. Em vez disso, traz a Smart Car, uma evolução da CMP, que aceita diferentes motorizações, desde combustão até elétrica.
Medidas e espaço interno
As medidas mostram que o modelo busca equilíbrio entre tamanho e funcionalidade. São 3,99 m de comprimento, o mesmo do Argo, e 2,54 m de entre-eixos, igual ao Citroën C3.
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Altura: 1,58 m
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Largura: 1,76 m
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Porta-malas: 361 litros no elétrico e 412 litros nos híbridos e a combustão
Além disso, o interior aposta em tecido de fibras naturais combinado a plásticos de boa qualidade. Assim, entrega sustentabilidade e um ambiente aconchegante.
Motor e desempenho
Na Europa, a versão mais vendida combina o motor 1.2 turbo T-Gen3 com sistema elétrico de 48V. O conjunto entrega 100 cv e 21 kgfm de torque, ligado a um câmbio de dupla embreagem de seis marchas.

Esse sistema híbrido leve é mais robusto que o de 12V oferecido hoje no Brasil. Por isso, o carro roda boa parte do tempo em silêncio, com o motor a combustão entrando apenas quando necessário. O desempenho também agrada, já que as trocas de marcha são suaves e trazem sensação esportiva.
Tecnologias e equipamentos
O Panda europeu surpreende pelo pacote de recursos, que se aproxima de segmentos superiores:
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Controle de cruzeiro adaptativo
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Frenagem automática de emergência
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Alerta de ponto cego
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Freios a disco nas quatro rodas, novidade nos Fiat menores
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Central multimídia conectada com sistema de som de boa qualidade
Além da lista, a acústica favorecida pelo uso de tecidos reforça a sensação de conforto.
Impressões ao dirigir
Durante os testes em pista, o Panda mostrou comportamento sólido. Embora seja mais alto, a suspensão foi bem ajustada, garantindo estabilidade. O isolamento acústico também se destacou.
A direção elétrica, por sua vez, oferece peso correto e permite ajustes de acordo com o estilo do motorista. Enquanto isso, o consumo ainda é um ponto em aberto no Brasil. Na Europa, o híbrido leve chega a 25 km/l na cidade. Aqui, com o etanol, a expectativa é de números mais modestos.

O Fiat Grande Panda chega com a missão de renovar a linha da marca e ocupar gradualmente o espaço de modelos já conhecidos. Ele começa substituindo o Argo, mas deve ganhar versões que podem acabar aposentando também Pulse e Fastback.
Com plataforma moderna, motorizações híbridas e até elétrica, bom espaço interno e tecnologias inéditas para compactos da Fiat, o Panda promete ser um divisor de águas para a marca no Brasil.
Dessa forma, mais que um lançamento, o modelo inaugura uma nova estratégia. A partir dele, a Fiat deve lançar outros quatro veículos até 2030, incluindo uma nova picape, ampliando seu portfólio de forma consistente.