BYD Dolphin Mini ganha rival de peso no mercado

O BYD Dolphin Mini 2026 chega às concessionárias com ajustes importantes e uma clara intenção de corrigir o que havia deixado a desejar na estreia. Agora, o subcompacto elétrico chinês mostra evolução técnica e mais maturidade, principalmente naquilo que mais incomodava: as suspensões.

BYD Dolphin Mini 2026 / Foto: Flávio Silveira

Evolução sutil, mas perceptível

Por fora, as novidades são discretas. O modelo ganhou rodas com novo desenho e uma cor inédita Azul Glacier, que dá um toque mais moderno ao visual. O preço da versão GS de cinco lugares caiu levemente, de R$ 122.900 para R$ 119.990, o que também ajuda a torná-lo mais competitivo.

O interior, porém, divide opiniões. Os bancos, portas e console agora trazem revestimento azul, um contraste ousado com o laranja do painel. Apesar da tentativa de modernizar o ambiente, o resultado visual não agradou a todos.

Suspensão revisada e comportamento mais firme

A grande mudança do Dolphin Mini 2026 está no que não se vê, mas se sente. A suspensão traseira foi recalibrada, corrigindo o comportamento excessivamente macio da versão anterior. Antes, o carro “pulava” demais em irregularidades, transmitindo sensação de instabilidade.

Agora, o pequeno elétrico está mais firme e estável, sem perder o conforto que o caracteriza. O rodar ficou mais equilibrado e passa a impressão de estar guiando um veículo maior. Mesmo assim, ele continua voltado ao uso urbano, sem vocação para curvas rápidas.

Espaço interno e conforto

O espaço interno é um dos pontos altos. O entre-eixos de 2,50 metros garante mais conforto que em concorrentes diretos, como o Renault Kwid E-Tech. Adultos viajam bem nos bancos traseiros, embora o assoalho alto e o formato do assento deixem as pernas em posição elevada.

As janelas pequenas comprometem um pouco a visibilidade de quem vai atrás, e o porta-malas de 230 litros segue limitado, sem estepe. No dia a dia, ele acomoda bem o uso urbano, mas não substitui um hatch tradicional em viagens com bagagens.

Desempenho urbano e consumo

Com motor de 75 cv e 135 Nm, o Dolphin Mini é ágil nas ruas e responde bem às acelerações até os 80 km/h. Os modos de condução — Eco, Normal e Sport — oferecem pequenas variações, mas o comportamento geral é previsível e tranquilo.

O consumo médio ficou em 8 km/kWh, chegando a 11 km/kWh em trajetos planos e caindo para 7 km/kWh em áreas com subidas. A autonomia urbana real gira em torno de 370 km, caindo para cerca de 200 km em rodovias, onde o desempenho é mais limitado.

Uso na estrada

Embora o Dolphin Mini possa encarar pequenos trechos rodoviários, o carro não foi feito para longas viagens. A velocidade máxima é limitada a 130 km/h e, acima dos 100 km/h, o desempenho cai bastante. Em subidas, é preciso paciência: manter 120 km/h exige esforço do motor.

Foto: Flávio Silveira

A estabilidade também sofre com ventos laterais, embora a direção e os freios transmitam boa segurança. No geral, ele se comporta bem para viagens curtas e deslocamentos intermunicipais.

Pontos a melhorar

Mesmo com as melhorias, o Dolphin Mini ainda tem falhas práticas que incomodam. Faltam limpador traseiro, sistemas de assistência à condução (ADAS) e alto-falantes traseiros. Além disso, muitos comandos estão concentrados na tela central, o que exige mais atenção do motorista.

Outro ponto curioso está nas portas, que abrem até muito embaixo e podem raspar em calçadas altas — algo que pode causar incômodo em uso urbano.

O BYD Dolphin Mini 2026 evoluiu de forma significativa. A recalibração das suspensões trouxe a segurança que faltava, tornando o pequeno elétrico mais equilibrado e agradável de dirigir. Ele mantém o conforto, o bom pacote de equipamentos e o preço competitivo que o tornaram o elétrico mais vendido do Brasil.

Ainda há o que melhorar, mas agora o modelo está mais maduro e realmente pronto para disputar espaço em um segmento que cresce rápido. A BYD fez a lição de casa — e, desta vez, o Dolphin Mini merece a segunda chance que recebeu.

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