Em um mercado cada vez mais inflacionado, chamar um sedã compacto de “carro popular” parece exagero. Ainda assim, o Honda City EX 2026 mostra que é possível entregar eficiência, conforto e tecnologia sem entrar na onda dos excessos. A proposta é clara desde o início: ser racional, funcional e honesto com quem busca economia e uso prático no dia a dia.
A avaliação feita pelo Mundo do Automóvel para PCD reforça exatamente isso. O sedã mantém uma receita tradicional, bem resolvida e focada no que realmente importa.
Consumo surpreende mesmo sem eletrificação
Antes de tudo, o consumo chama atenção. Mesmo sem qualquer tipo de eletrificação, o modelo registra médias acima de 19 km/l na estrada com gasolina, números que se aproximam de híbridos leves.
Além disso, essa eficiência aparece sem exigir mudanças no estilo de condução. Ou seja, é um carro que economiza de forma natural, algo cada vez mais valorizado no uso cotidiano.
Mecânica tradicional e confiável
O conjunto mecânico segue fiel à proposta da marca. O motor 1.5 flex aspirado entrega até 126 cavalos e 15,8 kgfm de torque, sempre combinado ao câmbio automático CVT.
Enquanto boa parte do mercado migra para motores turbo menores, essa escolha prioriza suavidade, previsibilidade e confiabilidade. Como resultado, o desempenho é suficiente para a proposta urbana e rodoviária, sem sustos e sem exageros.
Conforto agrada, mas há ressalvas
No uso diário, o rodar é macio e a posição de dirigir é correta, o que transmite sensação de controle e conforto. Além disso, o isolamento acústico é adequado para a categoria.
Por outro lado, a suspensão traseira mostrou limitações quando o carro está totalmente carregado, chegando ao fim de curso em irregularidades mais severas. Nessas situações, a traseira transmite impactos para a cabine. A dianteira também raspa com certa facilidade em rampas de garagem, algo que merece atenção no dia a dia.
Espaço interno e porta-malas são pontos fortes
No interior, quatro adultos viajam com muito conforto, mesmo em trajetos longos, graças ao bom espaço para as pernas e ao banco traseiro bem posicionado. O quinto ocupante já fica mais apertado lateralmente, sendo mais indicado para uma criança.
Outro destaque importante é o porta-malas de 519 litros, que acomodou sem dificuldade toda a bagagem de uma família em viagem. Nesse sentido, o sedã mostra clara vantagem sobre muitos SUVs compactos.
Equipamentos certos, sem exageros
De série, entrega exatamente o necessário. Ar-condicionado, direção elétrica, seis airbags, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas com Auto Hold, central multimídia com espelhamento para celular, carregador por indução, freio de estacionamento eletrônico, bancos em tecido, faróis halógenos, lanternas e DRL em LED.
Além disso, o pacote Honda SENSING está presente. Ele inclui alerta, permanência, correção e centralização de faixa, piloto automático adaptativo, farol alto automático e alerta de colisão frontal. Na prática, a centralização de faixa é uma das mais precisas da categoria. Já o ACC ainda pode frear de forma um pouco brusca em algumas situações, especialmente em rodovias com tráfego intenso.
Vale a pena, inclusive para o público PCD
No balanço geral, o conjunto entrega desempenho adequado, excelente consumo e um pacote de segurança bem calibrado. Tudo isso reforça a ideia de um carro pensado para quem quer eficiência sem firulas.
Para completar, a versão EX é elegível ao público PCD. Com isenção de IPI e bônus de fábrica, o preço cai de R$ 135.000 para R$ 129.507,06, tornando o sedã ainda mais competitivo frente a muitos SUVs de entrada.
O Honda City EX 2026 prova que ser racional não significa ser básico demais. Pelo contrário. Ele entrega conforto, economia, bom espaço interno e tecnologia útil, tudo de forma equilibrada. Não tenta parecer o que não é e justamente por isso se destaca. Para quem prioriza lógica, eficiência e uso real no dia a dia, segue como uma das escolhas mais sensatas do segmento.
