Em um canto tranquilo de Mineral Wells, no Texas, algo extraordinário chama atenção de quem sabe onde olhar. Não se trata de um museu, nem de uma loja de carros — e muito menos de uma garagem comum. O lugar é o Blue Oval Car Barn, um espaço dedicado a preservar alguns dos Ford Mustangs mais raros do planeta.

Por trás desse verdadeiro santuário está Finley Ledbetter, um apaixonado por Mustangs desde sempre. Recentemente, Lou Costabile, do canal My Car Story, teve a chance de visitar a coleção. E o que encontrou ali foi muito mais do que alguns carros raros escondidos sob capas.
Um amor que virou coleção
Desde jovem, Finley se envolveu com o universo dos muscle cars. Com o passar dos anos, esse interesse virou missão: preservar a história de uma das eras mais marcantes da Ford. Seu foco principal está nos modelos de 1971 — ano emblemático para os fãs da marca.
Por isso, sua garagem abriga verdadeiras relíquias: Boss 351s, Super Cobra Jets, drag packs e até carros da NHRA que ainda podem acelerar como nos velhos tempos. Enquanto alguns modelos passaram por restaurações cuidadosas, outros mantêm marcas do tempo, conservando a autenticidade.
O que torna essa coleção tão especial?
Antes de tudo, é importante destacar que a raridade dos modelos é impressionante. Um dos maiores tesouros da garagem é um Mustang conversível 1971 com motor 429 Cobra Jet, câmbio manual e Ram Air. A Ford só produziu quatro exemplares assim — e Finley tem dois.
Além disso, a coleção reúne modelos únicos que carregam histórias marcantes. Entre os principais destaques estão:
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Um Mustang 429 Cobra Jet azul pastel, que pertenceu à mesma família por anos;
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O lendário McMaster, um 429 SCJ drag pack nunca restaurado, com amassados e documentação original;
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O conversível 429 CJ de 4 marchas, provavelmente o Mustang mais raro já fabricado;
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Um Shelby GT350 1966, com história pessoal envolvente;
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Um Pro Stock 1971 com motor Boss 429, que ainda acelera como nos tempos de corrida;
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E dezenas de Boss 351s, Mach 1s, Cougars e carros doadores de peças, todos aguardando nova vida.
Uma coleção viva, não um museu engessado
Diferente de muitas coleções que vivem atrás de cordões e placas de “não toque”, a de Finley segue viva e em movimento. Ele troca os carros expostos a cada seis meses, e vários modelos ainda rodam em passeios ocasionais.
Quando alguma peça está em falta, ele não cruza os braços. Pelo contrário: corre atrás do item ou fabrica uma réplica fiel, garantindo que tudo continue autêntico. Em vez de focar apenas no visual ou na exclusividade, ele se preocupa com a história que cada carro carrega.
Inclusive, Finley deixa claro que essa coleção não serve para alimentar o ego. Ao contrário, ele busca preservar memórias. Muitos dos modelos que guarda ali já escaparam da destruição e chegaram até ele após buscas longas. Por isso, as chaves seguem na ignição, como sinal de que os Mustangs ainda têm muito a viver.