Kwid E-Tech 2026 vs BYD Dolphin Mini: duelo de elétricos

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O lançamento do BYD Dolphin Mini, em 2024, mexeu profundamente com o mercado de carros elétricos de entrada no Brasil. O modelo chinês redefiniu o que o público esperava de um EV acessível e acabou pressionando seus concorrentes diretos — especialmente o Renault Kwid E-Tech, que precisou reagir rapidamente para não perder espaço.

Foto: Renault

Quando estreou em 2022, o Kwid E-Tech custava R$ 142.990 e era o elétrico mais barato do país. Mas o cenário mudou: com a chegada do BYD, a Renault reduziu o preço para R$ 99.990, uma queda de R$ 43.000. Mesmo assim, o público não respondeu como esperado. Em setembro de 2025, o Renault vendeu apenas 74 unidades, contra 3.392 do rival chinês.

Visual totalmente renovado

Para a linha 2026, a Renault aposta alto em um visual totalmente reformulado. O novo Kwid E-Tech segue o mesmo estilo do Dacia Spring, seu equivalente europeu. Segundo a marca, todas as peças da carroceria foram redesenhadas, com exceção do teto. O resultado é um carro mais moderno, com aparência mais robusta e detalhes que o aproximam dos modelos a combustão mais recentes da marca.

Interior e equipamentos

O interior do subcompacto elétrico também passou por melhorias importantes. O modelo ganhou painel de instrumentos 100% digital de 7 polegadas e uma nova central multimídia de 10″ com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto. O volante multifuncional agora tem ajuste de altura, e o antigo seletor giratório foi substituído por um câmbio eletrônico e-shifter.

Além disso, o Kwid E-Tech 2026 traz um novo pacote de assistências de condução (ADAS), algo que o BYD Dolphin Mini ainda não oferece. Mesmo assim, o chinês mantém vantagem em conforto, com itens como banco do motorista elétrico, ar-condicionado automático, freio eletrônico, câmera panorâmica e freios a disco nas quatro rodas.

Motor e autonomia

Sob o capô, nada mudou. O Kwid E-Tech 2026 continua com o motor elétrico dianteiro de 65 cv (48 kW) e 11,5 kgfm de torque, alimentado por uma bateria NMC de 26,8 kWh. A autonomia oficial, segundo o PBEV/Inmetro, é de 180 km, podendo chegar a 250 km em uso urbano leve.

Os tempos de recarga variam de acordo com o tipo de carregador:

  • Tomada doméstica 220V: menos de 9 horas

  • Wallbox de 7 kW: cerca de 3 horas

  • Carga rápida DC (30 kW): 45 minutos (20% a 80%)

O Dolphin Mini, por outro lado, entrega mais desempenho e autonomia. Seu motor tem 75 cv (55 kW) e 13,8 kgfm, com baterias Blade LFP de 38,8 kWh (37 úteis) e autonomia homologada de 280 km. Ele recarrega em até 6,6 kW em AC e 40 kW em DC.

Tamanho e espaço interno

Nas dimensões, o chinês leva vantagem em praticamente todos os números. O Dolphin Mini é 49 mm mais longo, 137 mm mais largo e 66 mm mais alto, além de ter 77 mm a mais de entre-eixos.

Mas o Kwid dá o troco no porta-malas, com 290 litros, contra 230 litros do BYD. Outro diferencial é o peso, já que o francês é 270 kg mais leve (969 kg contra 1.239 kg).

A desvantagem fica no espaço interno: o Dolphin Mini é o único da categoria que acomoda cinco ocupantes, enquanto o Kwid E-Tech segue limitado a quatro passageiros.

Preço e disputa

Apesar das melhorias, o preço do Kwid E-Tech 2026 continua o mesmo: R$ 99.990. Já o BYD Dolphin Mini custa R$ 119.990. Na prática, essa diferença de R$ 20 mil não tem afastado o público do chinês, que segue dominando as vendas.

Ainda assim, o novo visual, o pacote tecnológico aprimorado e o preço competitivo podem dar fôlego novo ao elétrico da Renault, principalmente entre quem busca uma opção urbana mais acessível.

BYD Dolphin Mini 2025

Mas a disputa tende a esquentar ainda mais. A BYD já iniciou a montagem do Dolphin Mini em Camaçari (BA), o que deve reduzir custos e abrir espaço para futuros ajustes de preço — um movimento que promete intensificar a rivalidade entre os dois elétricos mais baratos do país.

O Renault Kwid E-Tech 2026 chega com design atualizado, interior moderno e novos recursos de segurança, tentando equilibrar a disputa com o BYD Dolphin Mini. Apesar de ainda ficar atrás em desempenho e autonomia, o preço mais baixo e o novo pacote de tecnologia podem atrair quem busca seu primeiro carro elétrico.

A batalha pelo título de EV mais acessível do Brasil está apenas começando — e promete ser cada vez mais acirrada.