A Toyota sempre tratou sua linha de modelos body-on-frame de médio porte com muita atenção, tanto nos mercados globais quanto nos regionais. Nos últimos anos, a marca acelerou a renovação da família de SUVs e picapes, o que naturalmente colocou o futuro do Toyota SW4 no centro das especulações.
Em 2023, chegou ao mundo um novo Toyota Land Cruiser, acompanhado do Lexus GX e da picape Tacoma. Todos usam a plataforma TNGA-F, que hoje sustenta praticamente toda a linha de SUVs e picapes médios e grandes da marca. Depois disso, a Toyota ainda apresentou o aventureiro 4Runner N500, pensado para uso pesado fora de estrada, além da nova geração da picape Hilux, que segue baseada na plataforma IMV, porém renovada por completo.
O cenário atual da Hilux e o impacto no SW4
A Hilux segue firme nos mercados internacionais, com novas motorizações, versões elétricas e até planos para um modelo movido a célula de hidrogênio. Mesmo assim, alguns mercados receberam limitações: na Europa, por exemplo, apenas a carroceria cabine dupla será oferecida.
Paralelamente a isso, surgiram rumores de que o Fortuner – nome global do SW4 – pode ser descontinuado em regiões como a Austrália. O modelo é um SUV de sete lugares construído sobre chassi, derivado da Hilux, e sempre teve boa aceitação onde existe demanda por utilitários mais robustos. Isso não significa que seu fim esteja decretado. Em alguns mercados, como na América Latina, ainda há espaço para uma nova geração.
A visão de um artista brasileiro para o novo SW4
Enquanto a Toyota não confirma seus planos, a criatividade já corre solta. O designer brasileiro Kleber Silva (KDesign AG) imaginou como seria um SW4 totalmente novo tomando como ponto de partida a nova Hilux. O projeto traz elementos de estilo da picape, porém com uma base diferente: em vez da plataforma IMV, a inspiração técnica veio do N500 4Runner.
Essa abordagem resultaria em um SUV de porte médio mais moderno, robusto e alinhado com a identidade visual mais recente da marca. A proposta mistura o visual musculoso da nova Hilux com o refinamento estrutural da plataforma TNGA-F, usada nos modelos mais caros da Toyota.
Vale a pena mudar para a plataforma TNGA-F?
A grande dúvida é se a Toyota deveria manter o SW4 baseado na Hilux atual – uma fórmula conhecida e confiável – ou migrar o modelo para a mesma base do 4Runner. A troca traria ganhos claros em segurança, tecnologia, conforto e eficiência estrutural. Por outro lado, também poderia elevar o preço, o que impactaria bastante mercados sensíveis a custo, como o brasileiro.
A decisão envolve equilíbrio. A plataforma IMV ainda atende bem regiões onde robustez e manutenção simples são prioridade. A TNGA-F agrega modernidade, mas exige um posicionamento mais premium.
O Toyota SW4 está diante de duas possibilidades. Uma mantém a essência tradicional, com foco em durabilidade e custo competitivo. A outra abre espaço para um salto tecnológico baseado no 4Runner, com mais sofisticação e uma plataforma mais avançada. Por enquanto, nada é oficial, mas a América Latina segue como candidata natural para receber uma nova geração. Se a Toyota optar por modernizar o SUV, o público pode esperar um modelo mais refinado e alinhado ao padrão global da marca, ainda que isso venha com um preço um pouco mais alto.
